terça-feira, 6 de outubro de 2020



06 DE OUTUBRO DE 2020
+ ECONOMIA

Gaúchos assumem comando de agência

 Uma das mais conhecidas agências de publicidade de Porto Alegre, a Morya passou a se chamar HOC, ou House of Creativity. Por trás da mudança, está um investimento para ter maior autonomia nos negócios, diz um dos sócios da empresa, Fábio Bernardi (foto). Ele e sua sócia, Lara Piccoli, compraram a parte dos baianos da Morya. Essa agência, fundada em Salvador em 1956, abriu uma sede em Porto Alegre em 2012, depois de ter sido adquirida pelo Grupo ABC, do publicitário Nizan Guanaes. Em 2015, a gigante Omnicom comprou a ABC, e a Morya Porto Alegre virou uma das cerca de 1 mil unidades no mundo.

- Essa, que era uma das menores operações, tinha as mesmas exigências de governança da agência de Nova York, que fatura US$ 1 bilhão ao ano. A velocidade na tomada de decisões se tornou um ativo, e essa governança pesada começou a impactar a nossa atuação. Compramos a parte dos baianos e mantivemos um vínculo com a ABC, mas o centro de decisões não é mais na Bahia ou em Miami - explica.

Vendas em alta, insumos em falta

 A explosão de consumo de produtos para casa surpreendeu a Sanremo, de Esteio. A fabricante de potes, caixas de organização e lixeiras, entre outras utilidades domésticas, teve aumento de cerca de 30% nas vendas em relação ao início da pandemia. Segundo Eduardo Ignácio, diretor-geral da empresa (foto), o aumento da demanda começou no final de maio, depois de uma queda brusca em abril, e vem se acentuando desde então.

- Com muita gente em home office, o lar passou a ter prioridade. Houve mais procura por produtos relacionados a limpeza e organização. Vendemos organizadores, lixeiras, baldes e borrifadores, usados na higienização. Estamos chegando a patamares superiores aos de antes da pandemia - relata.

No outro lado do processo, Ignácio confirma a falta de matéria-prima. O maior problema é com papelão, usado em embalagens, mas também há dificuldade na obtenção de resina plástica, principal matéria-prima da indústria.

Segundo o executivo, a empresa, que tem 50 anos e operação bem estruturada, vem conseguindo contornar, mas o prazo de entrega aumentou:

- Demora mais a chegar e não atende a toda demanda.

A escassez de papelão decorre do crescimento do e-commerce e das telentregas de alimentação. A falta de produto resultou em pressões por aumento de preço:

- É uma situação em todos os materiais, da resina plástica, pela alta do dólar, ao papelão. Estamos tentando administrar, mas temos repassado ao menos uma parte do aumento de custo, só o estritamente necessário.

MARTA SFREDO

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