
08 DE OUTUBRO DE 2020
EM DIA
É IMPERATIVO PENSAR
A Organização Mundial do Trabalho estima que 305 milhões de trabalhadores estarão desempregados em 2020. De acordo com dados de 2019 da organização britânica Oxfam, 26 indivíduos concentram metade da riqueza de toda a humanidade. A diferença salarial entre um CEO (chefe) e um trabalhador da mesma empresa, nos Estados Unidos, passou de 20 vezes em 1965 para 385 vezes no ano 2000.
No Brasil, em 2019, 1% das pessoas ganhavam 34 vezes mais do que metade da população de menor rendimento. No país, ainda segundo o IBGE, homens brancos ganham 74% mais do que negros e 28% mais do que mulheres.
Esses dados mostram uma realidade que não é nova, mas vem se agravando com o passar dos anos e, agora, a pandemia escancarou. Ficou muito claro na crise global atual que, se estamos todos na mesma tempestade, estamos longe de estar no mesmo barco. Muitos, com sorte, estão agarrados a algum galho de árvore que, em seguida, pode quebrar.
Neste contexto, nasceu a Imperative 21, coalizão que reúne as organizações B Lab, representado no Brasil pelo Sistema B, Capitalismo Consciente e Just Capital. Inspirada no Manifesto de Davos, lançado neste ano no Fórum Econômico Mundial, a proposta se baseia em três pilares: design para uma economia de interdependência; investimentos para que todos os passos do sistema produtivo sejam mais justos e criação de valor para todos os stakeholders.
O movimento parece coisa de voluntariado e organizações sem fins lucrativos? Pois saiba que muitas grandes e rentáveis empresas estão tomando a frente da ação. E tem outras: nasceu, também em setembro, o B Movement Biulders, uma coalizão de multinacionais que querem criar novas orientações para seus negócios, atendendo aos interesses de todos os seus públicos. As participantes são Bonduelle, Gerdau, Givaudam e Magalu, e somam US$ 60 bilhões e 250 mil funcionários em mais de 120 países. Elas serão orientadas por outras grandes que já são empresas certificadas B: Natura e Danone.
Sempre haverá alguém para dizer que é greenwashing, uma espécie de "faz de conta" para o mercado, e não uma preocupação efetiva com a sustentabilidade social e ambiental, para além da econômica, que todas já têm. De qualquer forma, traz visibilidade para um cenário que exige soluções efetivas. E você, já pensou nisso?
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